segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Farinha pouca, meu pirão primeiro

Moro na Savassi e  sim, é um bairro conhecido pelo seu comércio movimentado, bons restaurantes, clubes, academias de ginástica bem como por sua agitada vida noturna. Morar na Savassi também tem seus percalços: os imóveis são caros, o IPTU é alto, estacionamento, comércio, mercado... o custo de vida acaba sendo mais elevado se comparado a outros bairros da capital.

Mas o que incomoda muito, mas muito mesmo é o velho problema da música ao vivo. Alguns empresários simplesmente decidem oferecer esse tipo de atração em seus estabelecimentos, sem ter a menor preocupação com isolamento acústico, a exemplo do que ocorre hoje com o bar Steak on a Stick, na Rua Sergipe.

Parece que essas pessoas se acham acima da lei e acima dos direitos dos outros! E a nós, moradores da região, só resta enfrentar a burocracia da prefeitura com seu serviço "Disque Sossego" moroso e de difícil acesso - sim, porque os atendentes afirmam não terem permissão no sistema informatizado para atualizar o simples telefone do reclamante. Esse procedimento, inclusive, gera o fechamento de uma reclamação por impossibilidade de contato!!! Como assim, em pleno 2016, com tudo informatizado e prático, a prefeitura exigir de nós, contribuintes, o comparecimento em uma das regionais para atualização cadastral? Esse serviço deve ser mesmo levado a sério? É o fim da picada, não é não?

O duro é que essa situação não é nova. Antes do Steak já tiveram outros bares, com o mesmo procedimento: oferecem música ao vivo para seus clientes a despeito de não contarem com uma infraestrutura adequada para tal. E azar do resto dos mortais!

Esse problema do som alto é tão grave, que saiu ontem no jornal a notícia de um vereador de Cachoeira de Minas que foi baleado e morto após ficar nu em protesto contra som alto no bar vizinho! (http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2016/02/28/interna_gerais,738363/morre-vereador-que-foi-baleado-apos-ficar-nu-para-protestar-contra-som.shtml)


Sempre me pergunto se somos realmente uma comunidade e a cada dia tenho mais certeza de que não, de que estamos muito longe disso. Educação, civilidade, gentileza urbana e respeito ao próximo são valores escassos na sociedade atual. É isso é muito triste. Que valores vão marcar as vidas de nossos filhos e netos, se continuarmos com essa postura do "farinha pouca, meu pirão primeiro"?

Quando iremos atacar esse problema cristalizado no Brasil, de que tudo pode e os incomodados é que se mudem?

Sabe o que mais? Penso que na atual situação política que vivemos, se todos os incomodados se mudarem, não vai sobrar é ninguém aqui para tomar chope e ouvir música ao vivo no barzinho.


Brincadeiras á parte, já passou da hora da gente entender que numa sociedade de verdade todos contam e ninguém é descartável. Nós somos uma malha orgânica, que só funciona corretamente com base no equilíbrio e na cooperação.

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