domingo, 21 de julho de 2013

MOBILIDADE URBANA

Que o Brasil escolheu mal as prioridades quanto ao tipo de transporte público que seriam ofertadas à população ninguém duvida. Nada de trens ou metrôs avançados. O negócio aqui é o busão mesmo. E pra quem é bacana, sobram os carros particulares e os táxis.

Em Belo Horizonte a situação se agrava ainda mais. Andar de ônibus por aqui é uma aventura. Super lotação, calor de matar, desconforto, motoristas grosseiros, portas se fechando em cima dos passageiros – que aliás são transportados pior do que gado e por aí vai. Servicinho da pior qualidade, estressante e caro. Não é a toa que as pessoas preferem se apinhar em favelas e afins. Sendo mais próximo do trabalho, sofre-se menos. Raciocínio lógico.

De carro particular também não é moleza não. Obviamente é mais confortável do que andar de ônibus, mas o trânsito está de matar, sem contar o preço dos combustíveis lá nas alturas. Coisa para super-heróis mesmo.

Aí, para apimentar mais a coisa sai uma reportagem no jornal Estado de Minas sobre os taxistas se recusando a pegar passageiros por que entendem que a corrida é barata demais: http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2013/07/19/interna_gerais,425000/taxistas-recusam-corridas-curtas-em-bh.shtml. Indignação total. Está lá na reportagem que se trata de uma prática abusiva, contrária ao previsto no Regulamento do Serviço Público de Táxi da BHTrans, etc e tal. Postura antiprofissional, claro, que só revela o despreparo de alguns condutores para exercer esse tipo de trabalho, que, diga-se de passagem, escolheram realizar. Mas mais do que isso, seria bom que esses motoristas se informassem melhor sobre o que é uma corrida de baixo valor. Belo Horizonte tem uma das bandeiradas mais caras do país, sem contar o preço cobrado por quilômetro rodado. Uma corrida de 3 km no Rio de Janeiro, por exemplo, sairia em torno de R$9,80 reais, ao passo que em Belo Horizonte essa mesma corrida sairia em torno de R$11,30, ou seja, um valor 15% maior, lembrando ainda, que o custo de vida na capital fluminense é maior do que em BH.

Mas acho mesmo que o buraco é mais em baixo. O que será que acontece com os governantes e tomadores de decisão mineiros? Terão sido eles também picados pela mosca alienígena de Brasília? Queria que pelo menos um dia esse pessoal tivesse que acordar às quatro da matina para pegar um ônibus lotado e imundo ou ficasse na Praça da Estação sendo esculachado por motoristas de táxi sem escrúpulos só para ver o que é bom para a tosse.


Mobilidade urbana no Brasil? Em Belo Horizonte? Só para quem tem helicóptero!